Há algo melhor que umas pataniscas de bacalhau com arroz de feijão vermelho?

A gastronomia portuguesa é cheia de preciosidades deliciosas e combinações perfeitas. O Rei é sem dúvida o Bacalhau seco e por isso se diz que existem 1000 maneiras de o fazer. Uma dessas 1000 maneiras é a patanisca. No entanto, a boa fama deste prato é muitas vezes posta em causa por alguns cozinheiros e cozinheiras que se esquecem que a patanisca leva bacalhau e não farinha com um “cheiro” a bacalhau.

Gosto das minhas pataniscas pequenas, fofas, pouco gordurosas e com bastante bacalhau… como as da minha mãe 🙂 cujo segredo da “fofura” está nas claras em castelo.

Vamos então à receita, com as famosas quantidades a olho! Primeiro é preciso dessalgar o bacalhau desfiado e dá-lhe uma fervura. Coloca-se o bacalhau numa tigela e junta-se as gemas (o número varia com a quantidade de bacalhau), cebola e salsa muito picadinhas, 1 a 2 colheres de sopa de farinha e as claras em castelo. Envolve-se bem a massa. Pega-se em duas colheres de sobremesa e moldam-se as bolas de massa que serão achatadas com um garfo quando colocadas a fritar em óleo bem quente.

As pataniscas combinam na perfeição com um arroz de feijão vermelho bem soltinho, ou como eu digo, “a fugir” e com uma salada variada (alface e tomate cherry).

Bon appetit!!

As melhores rabanadas…

… são as da minha Mãe!! A receita pertence à minha bisavó e como é típico nas receitas antigas tudo é feito “a olho” sem quantidades exactas mas, como por magia, conseguem sair sempre deliciosas.

Começa-se por comprar o cacete das rabanadas, dois a três dias antes da confecção das mesmas, para ele ficar a endurecer e as rabanadas não se desfazerem ao serem mergulhadas no leite quente.

No dia da confecção começa-se por colocar uma panela ao lume com leite meio-gordo, um pedaço de casca de limão, um pau de canela e 2 a 3 colheres de sopa de açúcar. No entretanto, corta-se o cacete em fatias com a grossura de um dedo indicador (nem muito finas, nem muito grossas). Quando o leite levantar fervura, mergulham-se as fatias de cacete no leite e colocam-se num pirex. Ficam a “descansar” duram uns 10 minutos para o leite amolecer a fatia e para arrefecerem um pouco.

Batem-se cerca de 4 a 5 ovos, dependendo do número de rabanadas, passam-se as fatias mergulhadas em leite nos ovos e fritam-se em óleo bem quente. As rabanadas devem ficar douradinhas mas não muito escuras. No final são polvilhadas com uma mistura de açúcar e canela, estando prontas a comer!

Não me posso esquecer que em simultâneo é preparada uma calda para deitar por cima das rabanadas. A calda é feita à base de água, açúcar, pão de canela e casca de limão, deixa-se ferver em lume brando, destapada (não me perguntem porquê) até escurecer e engrossar um pouco.

Agora sim, é tempo de saborear um rabanada acabada de fazer! Bon appetit!!